domingo, 22 de novembro de 2015

Agente muçulmano do FBI diz que comportamento de autoridades do Ocidente empurra jovens para o terrorismo

Jovens jihadistas: desconfiança das autoridades faz com que se sintam excluídos e atraídos para o terrorismo.
Não adianta bombardear a Síria, o Iraque ou o Afeganistão para combater o terrorismo. O segredo é agir dentro dos próprios países ocidentais, junto às comunidades muçulmanas. É o que revela um agente do FBI que é muçulmano praticante e desdente de paquistaneses em artigo no jornal inglês The Guardian. . 

 “Como agente do FBI, eu sei que as comunidades têm a chave para combater o terrorismo. E como um muçulmano, eu sei que a melhor chance de evitar que os jovens se juntem a grupos de jihadistas é dar a eles um senso de aceitação no país em que adotaram.”, afirma ele. 

Em geral os muçulmanos migraram de países autoritários, onde a polícia já é truculenta. No ocidente, eles esperam encontrar democracia e justiça. Mas encontram uma polícia que, por preconceito, os trata da mesma maneira que eram tratados em seus países de origem. 
  
Depois do 11 de setembro, toda pessoa com traços árabes passou a ser suspeita: são detidos para interrogatórios por qualquer pretexto, são fotografados e têm as impressões digitais recolhidas nos aeroportos. Isso, segundo o agente, que se mantém no anonimato, só faz aumentar a desconfiança. 

É essa desconfiança que impede, por exemplo, que as comunidades informem as autoridades de atividades terroristas, o que seria crucial para a prevenção dos atentados. 

As comunidades muçulmanas são lugares em que todos se conhecem e que qualquer coisa que fuja da rotina pode ser observada. Um grupo terrorista dificilmente poderia agir sem ser notado pela comunidade.

Mas as autoridades, ao invés de tratar as comunidades com respeito e mostrar que estão agindo para garantir mais segurança e qualidade de vida para todos, suspeitam de todo mundo e, quando um atentado acontece todos são vistos como culpados. 

A investigação acontece “às custas de violar a privacidade das pessoas dentro da comunidade muçulmana.”, diz ele.  


“A desconfiança cria um solo fértil de onde as organizações terroristas podem recrutar com facilidade e para que a comunidade não deseje colaborar com as autoridades.” escreve o agente.   

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