domingo, 13 de dezembro de 2015

Cientistas conseguem transformar CO2 em nanofibras de carbono

(Foto Stuart Licht)
Cientistas da Universidade George Washington anunciaram a realização de um velho sonho dos cientistas e ambientalistas: capturar CO2 do ar e transformá-lo num material altamente valioso: nanofibras de carbono. A experiência foi anunciada no encontro da Sociedade Americana de Química, em Boston.

O dióxido de carbono é um dos principais gases do efeito estufa e até agora a solução dos cientistas para retirá-lo da atmosfera era principalmente capturá-lo e enterrá-lo no subsolo. A nova experiência, liderada pelo professor Stuart Licht, oferece uma nova possibilidade: além de sequestrar carbono, usá-lo para a produção de um material caro, muito utilizado na indústria, o nanocarbono.

As fibras de nanocarbono são um material nobre e caro que pode ser usada para capturar células cancerosas, podem estimular a produção de cartilagem em articulações danificadas e até mesmo como balões que transportam drogas terapêuticas até células doentes. Outro uso seria para baterias de lítio, que poderiam quadruplicar sua capacidade de armazenamento com as nanofibras.

(Foto: BBC)
A nova tecnologia é relativamente simples: Alguns poucos volts de energia solar atravessam um tanque cheio de salmoura. Quando o CO2 é absorvido, nanofibras começam a se formar ao redor dos eletrodos. Até agora as nanofibras são pouco utilizadas porque são muito caras, mas Licht afirma que a nova tecnologia pode baratear a produção.

USANDO FERMENTO PARA TRANSFORMAR CARBONO
Um outro experimento, conduzido no MIT, está sendo usar fermento geneticamente modificado para transformar carbono em material sólido, que poderia ser usado na construção civil.

A engenheira Angela Belcher, trabalhando com os estudantes Roberto Barbero e Elizabeth Wood conseguiu testar o processo em laboratório. Foram produzidas duas partes de carbonato para cada parte de carbono capturada. A próxima fase é desenvolver o processo para produção em larga escala.

O principal desafio de ambos os processos é exatamente esse: capturar quantidades de CO2 em escala suficiente para diminuir a presença do gás na atmosfera. A cada ano, 30 bilhões de toneladas de dióxido de carbono são lançadas na atmosfera pelas indústrias, automóveis e outros equipamentos baseados em combustíveis fósseis.

Transformar um gás que é um vilão do ecossistema em matéria prima de produtos de qualidade seria uma grande conquista.


sábado, 12 de dezembro de 2015

Em MG existem 27 barragens consideradas "não seguras" pela Feam

(Foto Corpo de Bombeiros)
O engenheiro Bruno Milanez, pesquisador de avaliação dos impactos da cadeia minero-metalúrgica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) disse que a Feam, o órgão ambiental do Estado, já identificou 27 barragens de mineração consideradas “não seguras” no Estado. Curiosamente, diz ele, a barragem que se rompeu em Mariana foi considerada “segura”, o que coloca em cheque a confiabilidade das auditorias em todo o Estado.

A própria Feam, aliás, admitiu ao Estado de Minas de que tinha conhecimento dos problemas da barragem da Samarco em Mariana há mito tempo e que “continuou a publicar informações defasadas, ainda que dissessem respeito a dados críticos para a caracterização do estado de segurança das estruturas”.

A Agência Brasil também confirma que as barragens da Samarco em Mariana foram auditadas e aprovadas. A agência cita trecho de nota divulgada pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema): “De acordo com o programa de auditoria de segurança de barragem da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), a Barragem do Fundão estava com estabilidade garantida pelo auditor. O último relatório foi apresentado em setembro de 2015”.

Se os órgãos encarregados da fiscalização são incapazes de detectar problemas (como parece ter sido o caso das barragens de Mariana) e 27 barragens apresentam problemas não seria o caso de se repensar a utilização de barragens como meio de deposição de rejeitos?

O problema é que as alternativas, segundo alguns técnicos, podem custar o dobro das barragens, o que desestimularia as empresas num momento como atual em que os produtos minerais estão em queda. Mas qual o custo do rompimento das barragens em Mariana? Os danos causados ao ambiente podem ser irreversíveis. O Brasil não pode mais correr esse risco.

A Universidade Federal de Ouro Preto já apresentou um projeto alternativo às barragens e no estado existem pelo menos três empresas atuando com tecnologias alternativas.




segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

The Human Library, a biblioteca onde você empresta pessoas para conversar

Imagine uma biblioteca diferente, com livros pendurados no teto onde se vêem títulos como “Zelador”, “Evangélico”, “Mulher Gorda”, “Feminista”, “Veterano da Guerra do Iraque”, “Mórmon”, “Atleta Olímpico”, “Bicha”, “Menino de Orfanato” e outros. É claro que não se trata de uma biblioteca comum, mas de uma biblioteca onde as pessoas, ao invés de emprestar livros emprestam... outras pessoas.

Os “livros” são voluntários que se oferecem para compartilhar suas histórias com os “leitores”, que são membros da comunidade A primeira dessas “bibliotecas” foi realizada no Williams College, no estado americano de Massachusetts nos dias 10 e 11 de fevereiro e reuniu mais de 240 “leitores”.

“O objetivo era que membros da comunidade – dentro do campus e fora dele – aprendessem mais uns sobre os outros, para explorar e ir além dos estereótipos, desenvolvendo uma compreensão maior da história única de cada um dos outros”, explica o site da Williams.

Uma das participantes como “livro”, Helena Warburg, diretora da biblioteca de Ciências da Williams, usou o título “Filha de Sobreviventes do Holocausto.”. Como bibliotecária ela diz que adora as mensagens que os livros lhe trasmitem, por isso “a oportunidade de ser um livro humano ao invés de um livro impresso foi fascinante”.
No entanto, embora ela estivesse ansiosa por compartilhar alguma coisa sobre si mesma, de forma a que as pessoas pudessem ter uma ideia melhor sobre sua identidade, ficou surpresa ao ver a força dos estereótipos. A identidade dos “leitores” variava mas na maioria das vezes as pessoas faziam a mesma pergunta.

Lauren Shuffleton, que participou com sua amiga Evalynn M. Rosado, também ficou impressionada com a experiência: “meia hora não é nem um pouco suficiente para conversas mais desafiadoras. Mas eu acho que o que a Human Library me ensinou foi reconhecer que em Williams e em Berkshires tenho grupos de colegas que têm origens diferentes da minha e essa é a hora de ter aquelas discussões densas e importantes”.

As reuniões já aconteceram em 70 países desde que o projeto foi fundado em 2000 e o programa tem um slogan muito interessante “Não julgue um livro pela sua capa”, indicando que os títulos dos livros-pessoas dizem muito pouco sobre elas e é preciso ir além para conhecer alguém melhor.

O site do projeto na Grã Bretanha o descreve como um movimento internacional pela igualdade que desafia a discriminação através do contato social. O mecanismo de biblioteca é usado para facilitar conversas respeitosas que podem mudar positivamente as atitudes e comportamentos das pessoas com relação a membros da comunidade que correm o risco de exclusão e marginalização. Ou seja, criar empatia.
De acordo com as últimas pesquisas em neurociência, 98% das pessoas (os 2% restantes são os que têm tendências psicopatas) têm a capacidade de ser empático jé programada no cérebro, bem como a capacidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo seus sentimentos e perspectivas.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Caso da Samarco mostra que modelo de responsabilidade social corporativa está ultrapassado

A Samarco nunca foi uma empresa “do mal”. Pelo contrário, ela sempre se destacou no mundo corporativo e especificamente na mineração como uma das melhores empresas do país. Teoricamente, ela cumpria todas as regras para evitar acidentes. Então por que um dos piores desastres ambientais de todos os tempos foi acontecer exatamente com a Samarco?

“Porque as empresas se iludem”, escreve o jornalista Álvaro Almeida na revista Istoé. Segundo ele, o conhecimento que orienta as empresas é baseado em informações passadas e a previsão dos efeitos futuros de nossas atividades fica mais complexa e improvável”. Almeida afirma que as ferramentas e metodologias “servem para gerar conforto a acionistas e outros stakeholders, mas não garantem segurança diante de operações de grande impacto”.

Mas ele apens insinua o que é um fato cada vez mais grave na economia moderna: a pressão dos mercados por mais lucros e menos despesas leva as empresas a soluções maquiadas que nem sempre atendem as reais necessidades de segurança. A prova disso são as diversas alternativas de eliminação de rejeitos utilizadas com segurança pelo mundo afora, inclusive no Chile, um dos países mais afetados por terremotos no mundo, que praticamente não são levadas em conta no Brasil.

“A pressão por mais e mais produção, somada às incertezas ambientais e sociais, fazem com que cada dia sem acidente seja um dia mais próximo de um acontecimento inesperado”, analisa Almeida.

O que os mercados precisam pensar é que de nada adianta pressionar uma empresa a produzir cada vez mais sem levar a segurança realmente a sério porque os prejuízos financeiros e de imagem não compensam nem de perto os lucros eventuais.

Escreve Álvaro Almeida: “É necessário... repensar o modelo de negócios e os processos produtivos dela e de todo o setor de mineração.”

“A tragédia de Mariana revela que os padrões atuais da responsabilidade social corporativa não são suficientes para proteger a sociedade. Precisamos de negócios que tenham processos e modelos de negócios que gerem impacto positivo, regenerem a natureza e compartilhem o valor produzido.”

É verdade. Mas também é preciso repensar a relação dos governos com as grandes empresas porque muitas vezes o setor público se torna tão dependente da receita gerada pelas grandes empresas que faz afrouxar a fiscalização e o rigor necessário em operações com esse grau de risco. Além disso é preciso levar em conta um outro fator: se um acidente como esse aconteceu com uma empresa considerada modelo como a Samarco, o que esperar de mineradoras menos conceituadas?

Atitude de Samarco, Vale e BHP no Desastre de Mariana revela desprezo pela comunidade e por métodos modernos de gestão


O caso do Desastre de Mariana e do gerenciamento da crise pela Samarco e pelas suas proprietárias Vale e BHP Billiton é tão cheio de erros que em breve será ensinado nas faculdades de marketing e relações públicas como o melhor exemplo do que não fazer nesses casos.

Para entender melhor o que se passa é preciso compreender um conceito relativamente novo na gestão de empresas, o conceito de stakeholder. O conceito foi apresentado por Edward Freeman ainda em 1984, mas sua aplicação nas empresas é relativamente recente e as empresas são reticentes em aplicá-lo.

Isso porque a teoria do stakeholder significa que a empresa não deve gerar valor apenas para seus donos ou acionistas (shareholders) mas para toda a sociedade e para as pessoas cujas vidas são afetadas pelas suas ações, como clientes, fornecedores, comunidades, governos, organizações ambientalistas, sindicatos, etc.

A teoria do stakeholder é irmã siamesa da teoria da sustentabilidade, que diz que a empresa, para ser sustentável, tem que estar apoiada em três pilares, ou três “pês”: profit (lucro), people (pessoas) e planet (planeta, meio ambiente). Isto é ela tem que ser bem administrada financeiramente para dar lucros mas esses lucros têm que estar em harmonia com as pessoas com que ela se relaciona (stakeholders) e com o meio ambiente do planeta em que vivemos.

Empresas sustentáveis normalmente recebem certificações especiais das bolsas de valores, o que valoriza suas ações. É fácil entender por que: empresas sustentáveis não correm o risco de sofrer um processo por agressão ao meio ambiente – como está acontecendo com a Samarco – ou ações trabalhistas, e por isso são consideradas investimentos mais seguros.

OS ERROS DA SAMARCO
Embora seja aparentemente uma empresa benquista pelos seus funcionários (foi eleita um dos melhores lugares para se trabalhar pela revista Exame) e tenha a simpatia dos moradores de Mariana (que temem que ela saia do município e leve juntos empregos e receita) não adotou os cuidados necessários para evitar o acidente, desviando-se dos conceitos da gestão baseada no stakeholder. As represas de rejeitos estavam operando no limite e estavam com o licenciamento vencido.

Para se ter uma ideia do tamanho do descaso basta dizer que no Chile, um país com frequentes terremotos e minas com barragens de rejeitos, nunca houve um desastre dessas proporções e o máximo que tem acontecido com as minas nos últimos terremotos é a paralisação das atividades por queda de energia.

Mas se a Samarco estava sendo displicente com a segurança das barragens antes do rompimento, depois do acidente é que ela mostrou toda a sua ineficiência ao lidar com o problema. Primeiro, ela demorou em avisar o Governo do rompimento. Depois deixou que a ocorrência se desdobrasse em desastres cada vez maiores sem tomar nenhuma providência eficiente para evitar, por exemplo, a falta d’água em Governador Valadades, a chegada ao mar dos rejeitos e todos os dramas humanos que acompanharam o curso da lama de Mariana até o mar.

E se a reação prática aos acontecimentos foi muito aquém do necessário, a reação da comunicação foi, para dizer o mínimo, amadora. O que empresas como a Samarco precisam compreender é que no mundo em que vivemos, em que cada pessoa é potencialmente um gerador de conteúdo não se debelam crises com slogans ou frases de efeito.

Nós deixamos para trás a Era das Transações, em que a grande preocupação das empresas era empurrar o que tinham para vender com o menor custo e o maior preço, e estamos na Era dos Relacionamentos, em que para vender e continuar vendendo a empresa precisa manter relacionamentos saudáveis com todas as pessoas e instituições afetadas pela existência dela.

“Todas as empresas, todos os governos, todas as sociedades estão sob ataque para que se tornem mais humanos”, escreve Tim Kitchin, consultor internacional. Ele escreve que a ética de poder e controle da Era das Transações acabou junto com o modelo centrado no negócio. O objetivo da empresa agora é gerar valor para as pessoas que estão nela, para as que estão fora e para a sociedade.

E há uma diferença fundamental entre os dois modelos. Enquanto na Era das Transações a empresa busca a realização de um fato isolado no tempo, na Era dos Relacionamentos o objetivo é a construção de vínculos ao longo do tempo. Numa imagem simples podemos dizer que a Era das Transações é uma foto e a Era dos Relacionamentos é um filme.

O PODER DA REPUTAÇÃO
O clássico ataque de Kennedy contra Nixon na campanha presidencial de 1960 (“Você compraria um carro usado desse homem?”) chama atenção para um dos valores mais importantes das empresas em nossa época: a reputação. Vivemos em uma era de grande desconfiança em embora no Brasil os políticos liderem o ranking de desconfiança com folga, as empresas também não podem se sentir confortáveis.

O desastre de Mariana mancha a reputação da Samarco e a lama respinga nas suas controladoras Vale e BHP Billiton. E a atitude dessas empresas para gerir essa crise não mostra que o prejuízo está sendo recuperado Recentemente o jornalista Mark Margolis, correspondente da Bloomberg no Brasil, ao comparar Mariana com o desabamento da mina San José no Chile em 2010, lembrou que o então presidente Sebastian Pinera voou até o local assim que pode e esteve presente no momento do resgate do último mineiro soterrado no local.

Pinera conseguiu transformar uma crise em oportunidade. Até agora não se viu nada parecido de parte da Samarco e nem das autoridades brasileiras.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Bloomberg diz que desastre de Mariana revela que Brasil está sem líder



O site de notícias financeiras Bloomberg criticou duramente a atitude da presidente Dilma Roussef diante do desastre de Mariana. Em artigo publicado pelo correspondente Mark Margolis, ele diz que a Presidente só foi à região atingida sete dias depois do ocorrido e, mesmo assim, de helicóptero.

E compara a multa de R$ 66 milhões aplicada à Samarco com a multa à British Petroleum pela explosão da plataforma de petróleo Deepwater Horizon. A pena imposta pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos foi de US$ 18,7 bilhões por um acidente que matou 11 pessoas e espalhou 3 milhões de petróleo no Golfo do México.

Margolis também compara a atitude de Dilma com a de outro presidente, Sebastian Pinera, do Chile. Em 2010, quando o túnel de uma mina desabou soterrando 33 homens, Pinera enviou imediatamente o seu ministro de Minas ao local. Depois, ele foi pessoalmente supervisionar as operações de emergência. Em seguida entrou em contato com a NASA para que ajudasse no resgate e estava presente quando o último mineiro foi içado do buraco, 69 dias depois.

Pinera, segundo Margolis, acabou sucumbindo diante do veneno da política chilena mas ainda é um exemplo de como transformar uma crise em oportunidade. Quando a Dilma, desde que eclodiu o escândalo da Petrobras, Com taxas de aprovação baixas, crise econômica e a possibilidade de impeachment, ela parece ter escolhido evitar as más notícias e ficar apenas com a liturgia do cargo.

Há mais de 200 congressistas brasileiros acusados de crimes

Há mais de 200 congressistas no Brasil acusados de crimes, afirma Sylvio Costa, editor do Congresso em Foco ao The Guardian. “Os piores alcançam o topo por causa da forma como fazemos política, trocando dinheiro por poder”, afirma ele.

Embora Dilma Rousseff e Eduardo Cunha estejam no centro da ribalta, há dúzias de outros congressistas implicados em escândalos, incluindo o vice-presidente, o presidente do Senado Dozens of other congressmen implicated in scandals – including the vice-president, os dois vice presidentes da Câmara. Por isso parlamentares veteranos dizem que a situação agora é muito mais caótica e imprevisível do que durante o impeachment de Fernando Collor de Mello.

“Agora há uma crise política, uma crise econômica e uma crise ética”, afirmou ao jornal o deputado Arnaldo Jordy, lider do PPS, que está no congresso há 29 anos”. “Nunca vi essa multiplicidade de crises sobrepostas”, afirma ele.

O jornal afirma que tudo é um um espetáculo nada honroso que coloca a mais impopular presidente da história contra um político que tem sido repetidamente manchado por escândalos de corrupção. “A cada novo desenrolar da crise parece apenas fazer deles – e do sistema que eles representam parecer ainda mais falho.

O Guardiam critica o fato de que, a legislatura não reflete a população do Brasil já que apenas 13% dos eleitos são mulheres e só 3% são negros, “embora negros e mestiços constituam mais da metade dos 200 milhões da população do país.”

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Greenpeace acusa autoridades de subserviência às empresas no Desastre de Mariana


O Greenpeace acusa as autoridades pública de “uma subserviência inaceitável aos interesses corporativos” no caso da tragédia de Mariana. Segundo a organização ambiental houve sobreposição de interesses entre governo e empresas” quando, em 2015, o governo de Minas Gerais aprovou o Projeto de Lei 2946 para acelerar licenças ambientais no setor de mineração”.

O Greenpeace, que enviou uma expedição para percorrer toda a área atingida pela tragécia (veja filme no blog) diz que a Samarco, controlada pela Vale e pela BHP “vem agindo de forma desproporcional à gravidade da tragédia”. Não havia plano de contingência e as comunidades em risco não foram devidamente preparadas para uma situação como essa. Segundo o Greenpeace a Samarco sequer se dá ao trabalho de ouvir os familiares das vítimas.

O Greenpeace observa que “houve quem no governo estadual que chegasse a indicar que a empresa (Samarco) seria uma das vítimas da tragédia” como se ela não fosse diretamente responsável pelos acontecimentos.

Minas Gerais tem mais de 700 barragens de dejetos. “Quantas mais terão de arrebentar deixando vítimas no seu caminho para as autoridades se darem conta de que são coniventes com este mar de lama?”, diz o Greenpeace.

Filme do Greenpeace documenta tragédia causada pela Samarco