segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A Vale no Mar de Lama

Ainda que tenha tentado canalizar toda a lama para a Samarco, a Vale sai da tragédia de Mariana com a reputação manchada. Afinal, muito pouca gente conhece ou ouviu falar da Samarco. 

Junto com a CSN a Vale (então ainda do Rio Doce) carregava todo o orgulho das grandes empresas nacionais num período de guerra. Ela abria caminho para a industrialização e o progresso. Depois, quando foi privatizada, o ato de privatização e abriu feridas entre a opinião pública que o desastre de Mariana reabriu. 

Portanto, para a grande opinião pública o que aconteceu em Mariana não foi obra da anônima Samarco Tampouco da BHP Biliton que já se apressou em dizer que não tem nada com os peixes, muitos, mortos na esteira de lama vazada da barragem de Antonio Dias. Os ônus e os bônus sempre ficam com a marca mais forte. 

E, se a Vale não fica constrangida em receber seus dividendos da Samarco, não deveria se sentir excluída das responsabilidades pela barragem.  Principalmente porque foram vários acidentes, se considerarmos que após o rompimento da barragem e o início da corrente de lama, barreiras poderiam ter sido construídas para evitar o pior. 

Os danos causados pelo rompimento da barragem são irreparáveis. Eles marcarão a Vale para sempre. Eles já estão ressuscitando a ideia de desprivatização. Se isso é um sonho impossível, não deixa de ser uma mancha na reputação de uma empresa que até então, se mantinha meio à margem da opinião pública, sem feder nem cheirar, apenas uma grande empresa entre tantas outras. 


Mas agora não. A Vale está no centro de uma polêmica, está literalmente no mar de lama que deverá manchar sua reputação para sempre. 

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