domingo, 1 de abril de 2007

O Dia em que Monsieur Stallone Perdeu um Cliente

Eu adorava a livraria de monsieur Stallone. Horas ali de pé (monsieur Stallone poderia ter providenciado uma mesa com cadeiras, mas eu relevava) folheando livros, me deliciando com a música new age de fundo... Mesmo sabendo que em outras livrarias havia gente mais atenciosa, prestativa. Mas eu achava que monsieur Stallone era profissional, com sua pilha de livros recomendados, alguns que ele já lera "mas de vinte vezes" e sua fleuma de livreiro antigo. Até o dia em que monsieur Stallone resolveu me chamar a atenção porque, segundo ele, eu estava segurando um livro de forma errada. Asseguro que não fiquei zangado, que compreendo a motivação de monsieur mas - oh, oh! - jamais voltarei a sua livraria. Monsieur Stallone, com sua rabugice, quebrou o encanto da minha experiência, fez-me sentir um excluído num lugar que eu julgava que era um pouco meu. E que por isso me julgava com o direito de recomendar, elogiar, falar bem.

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