terça-feira, 3 de abril de 2007

Excesso de publicidade pode matar a publicidade, diz Advertising Age


O excesso de anúncios no mundo está enchendo a paciência do consumidor e tornando o marketing e a publicidade menos efetivos. O alerta vem da Advertising Age, a bíblia da Madison Avenue e da propaganda mundial. Um artigo de Mathew Creamer cita várias pesquisas para demonstrar que:

• O mar já não está para peixe no mundo do marketing e da publicidade e a poluição visual e sonora dos dias de hoje só faz piorar as coisas. Diz Creamer: “O negócio da publicidade está esmagando a si mesmo sob o peso de sua própria mensagem, esgotando a efetividade de seu produto enquanto os consumidores ficam cada vez mais enfastiados com a comercialização de sua cultura e do ambiente em que vivem”.

• Com o surgimento das novas mídias, a tendência tem sido mais publicidade não só nessas mídias mas também nas tradicionais. "A todo momento surge um novo destino para as pessoas, como o YouTube ou os celulares, e a idéia geral é que temos que encontrar um jeito de botar anúncios lá” diz Bob Barocci, presidente da Advertising Research Foundation, citado no artigo. E um estudo da consultoria Yankelovich diz: “A novas mídias têm um potencial para criar ainda mais saturação, lixo e intrusão que a mídia tradicional e com isso a nova mídia só vai piorar a resistência do consumidor ao marketing.”

• Quanto mais anúncios há numa página de Internet menos as pessoas navegam por ela, menor o impacto da marca (Brand Impact) e menos gente considera comprar os produtos anunciados. É o que diz um recente estudo da agência Starcom, do grupo Publicis.

Diante disso, o que fazer? Abandonar a profissão e ir vender cachorro-quente na praia? A saída, indica o artigo, é o marketing de permissão. Mesmo diante da poluição de hoje, por exemplo, um leitor de revisas de moda acha natural que estas tenham belos anúncios em papel especial. Mas odiaria, por exemplo, ser invadido por mensagens publicitárias no celular. “O celular é pessoal demais para ser considerado um outro meio de publicidade. Se as empresas começarem a entupir as pessoas com mensagens elas vão desligar”, escreveu um leitor na homepage da AdAge.

Bob Barocci, o presidente da Advertising Research, acha que é preciso um acordo: o usuário de celular poderia, talvez, aceitar ver anúncios desde que pagasse menos pela conta. O autor deste blog, porém, pensa um pouco diferente. Melhor que remunerar o consumidor para assistir comerciais (é isso o que significa uma redução na conta) é fazer publicidade que interesse às pessoas, que leve informação, que crie vínculos emocionais, que, enfim, preste um serviço como entretenimento ou informação. E você, o que você acha?

1 comentário:

  1. É isso aí Wilson. Comprar o consumidor não garante vendas, lealdade, fidelidade. Ninguém compra a paixão do consumidor. Só podemos estimulá-la. A enxurrada de anúncios não vai acabar com a publicidade apenas irá desafiá-la ou melhor revolucioná-la. Fazer propaganda papai e mamãe não excita mais o público. Aliás nunca excitou.

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