(Foto Corpo de Bombeiros)
O engenheiro Bruno Milanez, pesquisador de avaliação dos impactos da cadeia minero-metalúrgica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) disse que a Feam, o órgão ambiental do Estado, já identificou 27 barragens de mineração consideradas “não seguras” no Estado. Curiosamente, diz ele, a barragem que se rompeu em Mariana foi considerada “segura”, o que coloca em cheque a confiabilidade das auditorias em todo o Estado.
A própria Feam, aliás, admitiu ao Estado de Minas de que tinha conhecimento dos problemas da barragem da Samarco em Mariana há mito tempo e que “continuou a publicar informações defasadas, ainda que dissessem respeito a dados críticos para a caracterização do estado de segurança das estruturas”.
A Agência Brasil também confirma que as barragens da Samarco em Mariana foram auditadas e aprovadas. A agência cita trecho de nota divulgada pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema): “De acordo com o programa de auditoria de segurança de barragem da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), a Barragem do Fundão estava com estabilidade garantida pelo auditor. O último relatório foi apresentado em setembro de 2015”.
Se os órgãos encarregados da fiscalização são incapazes de detectar problemas (como parece ter sido o caso das barragens de Mariana) e 27 barragens apresentam problemas não seria o caso de se repensar a utilização de barragens como meio de deposição de rejeitos?
O problema é que as alternativas, segundo alguns técnicos, podem custar o dobro das barragens, o que desestimularia as empresas num momento como atual em que os produtos minerais estão em queda. Mas qual o custo do rompimento das barragens em Mariana? Os danos causados ao ambiente podem ser irreversíveis. O Brasil não pode mais correr esse risco.
A Universidade Federal de Ouro Preto já apresentou um projeto alternativo às barragens e no estado existem pelo menos três empresas atuando com tecnologias alternativas.
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